Como funciona a captação de recursos pela Lei Rouanet: guia prático para artistas e produtores
- Melissa Araújo
- 22 de ago.
- 2 min de leitura
A Lei Rouanet é, sem dúvida, o principal mecanismo de fomento à cultura no Brasil. Mas, ainda que seja amplamente conhecida, muitos artistas e produtores enfrentam dificuldades em compreender como funciona, de fato, a etapa mais desafiadora: a captação de recursos.
Neste artigo, vamos explicar de forma prática e acessível como funciona esse processo, quais os principais caminhos para atrair patrocinadores e quais erros evitar para não comprometer o sucesso do seu projeto cultural.
O que é captação de recursos na Lei Rouanet?
A aprovação de um projeto na Lei Rouanet não significa que o Governo Federal vai liberar automaticamente o dinheiro para execução. O que o Ministério da Cultura faz é conceder uma autorização para captar recursos junto a empresas e pessoas físicas que pagam Imposto de Renda.
Ou seja: o proponente recebe o direito de buscar patrocinadores, oferecendo a eles o benefício de deduzirem o valor investido do imposto devido.
Quem pode patrocinar projetos pela Lei Rouanet?
Pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real: grandes e médias empresas, que podem deduzir até 4% do IR devido.
Pessoas físicas: que declaram no modelo completo, podendo destinar até 6% do IR devido.
Esse formato é o que torna a Rouanet tão potente: ela permite que empresas redirecionem parte do que pagariam ao governo diretamente para a cultura.
Como apresentar um projeto para empresas?
Muitos produtores culturais acreditam que basta enviar o link do projeto aprovado no SALIC para conseguir patrocínio. Mas, na prática, as empresas recebem dezenas de propostas e buscam projetos que tenham clareza, impacto e profissionalismo.
Alguns pontos fundamentais:
Apresentação visual: um material bem diagramado, com identidade do projeto.
Conexão com a marca: mostrar como o projeto dialoga com os valores ou público da empresa.
Contrapartidas claras: destacar como a marca será reconhecida (branding, mídia, ações institucionais).
Planejamento realista: apresentar cronograma, equipe e metas de execução de forma objetiva.
Principais erros que prejudicam a captação
Achar que a aprovação garante dinheiro – a captação depende de estratégia e ação.
Focar só em grandes empresas – muitas vezes, empresas médias locais têm mais aderência.
Não ter materiais profissionais – projetos sem apresentação organizada dificilmente avançam.
Deixar para captar na última hora – a captação deve começar assim que o projeto é aprovado.
Dicas práticas para aumentar suas chances de captação
Monte uma lista segmentada de empresas, priorizando aquelas que já investem em cultura.
Crie diferentes formatos de apresentação: um portfólio completo, um resumo executivo e uma versão curta (pitch).
Invista em relacionamento: muitas vezes, o patrocínio surge após uma boa conversa.
Se possível, conte com apoio profissional na elaboração e no envio de propostas, para ganhar tempo e qualidade.
Conclusão
A captação de recursos pela Lei Rouanet é um trabalho estratégico, que exige organização, clareza e planejamento. Projetos aprovados que não se dedicam a essa etapa acabam ficando apenas no papel.
Se você deseja garantir que seu projeto cultural saia do papel e conquiste patrocinadores, o momento de se organizar é agora.

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